quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mano

Como fios de uma esperança esmorecida, os pelos da barba deslizam pela pia do banheiro. Esse é o reflexo de um novo homem, pensou. Vencido pela insônia é verdade... Menos alegre certamente... Mais real é provável. Quem dera pudesse se desfazer da boca. Talvez assim, esquecesse o paladar daqueles lábios de outrora. A gaveta? Despiu-se do cheiro das roupas usadas e dos objetos nunca notados. No ar, lembranças nada vagas. O travesseiro predileto. O lado da cama preferido. Ainda com o olhar combalido, amarrou os sapatos e conduziu com amargor aquela manhã de segunda-feira sem brilho. Apressado, deu um gole seco no café ainda quente, apertou a gravata levemente e partiu para o ofício com gosto de incerteza.

Um comentário:

  1. Essa balança está certa? Como é e não é costume a justiça ser justa!!! O mais giro é que a justiça tem um símbolo que deixa muito a desejar. Eu nunca tinha pensado nisto, mas agora que vejo a balança ...!!!
    De portugal
    postagem

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